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domingo, 1 de maio de 2011

Professores são inseguros para usar tecnologia, diz estudo da Unicamp

por Felipe Oda, via Estadão | em Sábado, 23 Abril 2011 10:02


Professores da rede pública não se sentem seguros para aplicar a tecnologia na sala de aula. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com 253 docentes de escolas estaduais paulistas mostra que 85% deles não sabem usar o computador e seus recursos como ferramenta pedagógica. E perdem, assim, uma boa chance de capturar a atenção de seus alunos, naturalmente interessados pelas novidades tecnológicas.

Segundo os docentes, a dificuldade é atribuída, em geral, à deficiência na formação profissional e à falta de tempo, além do pouco incentivo para se aprimorarem e a infraestrutura deficiente no local de trabalho. O secretário- adjunto da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, João Cardoso Palma Filho, contesta as queixas dos professores. “Também há muita resistência dos docentes com a tecnologia”, afirma Palma.
Os professores entrevistados na pesquisa da Unicamp não sabem, por exemplo, usar um software simples como o Power Point, e relatam problemas com navegadores de internet. “Fazendo cursos já é difícil acompanhar a tecnologia. Imagine sem eles”, diz a professora da rede municipal Ana Maria Perressim. “O que sei e uso em sala de aula (de computador) aprendi por conta própria.”
O estudo foi realizado em 27 escolas de Campinas, a 100 quilômetros da capital, entre 2009 e 2010, mas a pesquisadora do Núcleo de Estudos Avançados em Psicologia Cognitiva e Comportamental (Neapsi) da Unicamp, Cacilda Encarnação Augusto Alvarenga, afirma que os resultados da amostra “são semelhantes no resto do País.”
Para Cacilda, “a falta de afinidade dos professores públicos com a tecnologia é comum”. Ela, que também é pedagoga, afirma que para 73% dos entrevistados a infraestrutura de informática disponível nas escolas é insuficiente. “E isso acaba desmotivando o professor”, avalia.
Os problemas são confirmados por Wilner Santos, 31 anos, docente de física e matemática da rede estadual que tenta, por conta própria, acompanhar o desenvolvimento tecnológico. “Falta investimento na sala de aula”, afirma. Ele pretende comprar um projetor e levar seu notebook pessoal para ajudar na aula. “A tecnologia motiva os alunos, mas não posso esperar pelos recursos do Estado.
Outro motivo que, segundo os docentes, afasta a tecnologia das salas de aula é a falta de cursos sobre o uso pedagógico do computador, assim como o pouco tempo que eles têm para o aprimoramento. No caso de Santos, para dominar o uso da tecnologia como ferramenta pedagógica, o jeito foi cursar uma pós-graduação em novas tecnologias para o ensino da matemática, curso a distância da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Formação descontinuada. “Mesmo confortáveis com o uso doméstico da tecnologia, alguns sentem dificuldade em transportá-la para a sala de aula”, reconhece a educadora e pesquisadora Márcia Padilha Lotito, coordenadora da área de inovação educativa da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Segundo Adriano Canabarro Teixeira, pós-doutor em Educação a Distância pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a falta de capacitação para o uso da tecnologia nas aulas expõe os problemas na formação universitária para a docência. “Os cursos de licenciatura parecem desconhecer a tecnologia. A formação universitária não contempla discussões sobre isso. O professor não aprende a trabalhar com essa ferramenta.
Teixeira também ressalta que, apesar de todas as dificuldades, o professor não deve se “tornar vítima” nem aceitar esse papel. “Não é possível esperar pelas condições ideais para trabalhar. A situação ideal não chegará. Não podemos ignorar o potencial da tecnologia e, por isso, é preciso trabalhar com o que temos.

USO INTEGRAL

82% dos professores que mais usam tecnologia em sala de aula têm computador em casa há mais de três anos

ATUALIZAÇÃO

66% dos entrevistados já participaram de cursos de informática

PARTICIPAÇÃO

27% dos docentes pesquisados (menos de um terço) fizeram cursos para o uso didático da tecnologia

Fonte: Estadão

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